
Não sei quando foi que virei um rato de academia, mas não foi porque quis. Há 15 meses pratico musculação regularmente, quatro vezes por semana e me sinto (muito) mal se por qualquer motivo não puder cumprir com essa rotina. Não passei a gostar da academia num passe de mágica: os primeiros meses esgotam a cabeça e o físico, para quem levava uma vida completamente sedentária, as dores são ainda piores e parece que a todo momento vai faltar ar. Como estou conseguindo? Tenho consciência de um fato: dependo do meu corpo para tudo. Para trabalhar, para estar com meus amigos, para fazer o que gosto e até para cometer os excessos que adoro e claro, para continuar minha cruzada solitária em busca de civilizar as pessoas. Foi assim que aprendi a gostar da academia e o mais importante: foi assim que aprendi a me amar e me aceitar como sou.
Mas, também, não vamos hiperbolizar nada. – Não sou nem quero ser marombeiro, muito menos tenho o corpo todo torneado ou um bumbum durinho. A verdade é que mesmo tendo perdido 10kg de lá pra cá, ainda sou obeso e alguma coisa no corpo ainda dói. Hoje, a academia é a base da minha rotina, algumas vezes, até a melhor parte do dia. Ela me deixa satisfeito comigo mesmo e me permite observar o progresso que venho tendo. De quinze meses para cá, e de ontem para hoje.
Passei um tempo, em torno de vinte e cinco anos da minha vida, evitando me olhar no espelho. E tenho um grande no meu quarto. Sempre fui desdeixado com vestuário e não ligava para muita coisa. Importante! Não tem a ver apenas com a aparência, mas não vou me aprofundar muito aqui, o que preciso que vocês saibam é: não me achava bom em nada, sempre me calava quando qualquer pessoa que demonstrasse o mínimo de segurança apresentasse uma opinião contraposta à minha e me achava o cara mais feio do mundo. Não é complexo de adolescente. Terminei a faculdade assim, me orgulhando de apenas duas coisas: os livros que li e os filmes que assisti.
Por sorte, encontrei alguns grandes amigos ao longo desse percalço. Um em especial, que é excêntrico do seu jeito e com quem aprendo demais sobre como podemos usar aquilo que vou chamar aqui de elegância a nosso favor. Essa pessoa me incentivou a olhar mais para meu guarda-roupas, postura e sobretudo, para minha apresentação de modo geral. Outro amigo me cobrava (e ainda cobra) com certa frequência em meu whatsapp se estou em dia com todas as minhas agendas e sabe como ninguém me fazer entender a vida real. Junto da atividade que vinha tendo na academia, foram os estalos que tive para vislumbrar o tipo de pessoa que eu gostaria de ser. Vi que era algo possível, e estou trabalhando para isso. De novo, não é moleza, mas é possível. E olha, pouquíssimas coisas são melhores que o reconhecimento das pessoas ao nosso redor, pelo quanto nos esforçamos e por tudo que enfrentamos. Para encarar os dias mais difíceis de nossas vidas, precisamos estar bem. E não podemos nos enganar, alguns dias são incrivelmente duros e se não formos respeitosos com nós mesmos, eles podem ser cruéis.
Reserve um tempo para você, durante a semana mesmo. Na cozinha da sua vida, você pode temperar como quiser. A maioria dos dias você vai acordar, tomar um café da manhã sem qualquer gosto e partir para cumprir com suas obrigações. Voltar para casa e ter um descanso que (a maioria das vezes) não é suficiente. A rotina nem sempre é ruim, eu adoro rotina! Só que convenhamos… É sufocante. O que funcionou para mim, pode não ser útil para você. Motivações, especialmente, são particulares. Os porquês e pra quês de cada um devem respeitados – escrevo aqui, é para dividir com você que sua vida não precisa ser triste, é porque acredito que todos temos histórias que independente de águas passadas, precisam ser respeitadas. E só você sabe o que lhe trouxe até aqui. Eu te respeito e acredito em você e seus sonhos. Apenas seja honesto consigo mesmo, encontre a ponta do barbante e vá puxando. Se esse barbante acabar, nada te impede de pegar outra ponta.
O que você merece, no fim das contas, é sorrir ao menos uma vez por dia. O segredo para isso? Costumo acreditar que é simplesmente fazer o que precisa ser feito. Assim, as coisas melhoram.

Bem, na semana passada chorei algumas pitangas por essa Newsletter. Fui reler o e-mail e ele me incomodou um pouco, se aconteceu com você também, peço desculpas. É tanta notícia ruim nos sufocando que acabamos não dando a atenção necessária para as coisas boas. Tenho acompanhado o trabalho da deputada eleita por São Paulo, Tabata Amaral, e todos os dias ela me deixa um pouquinho mais esperançoso fazendo o tipo de política em que eu acredito. Um ativismo pela educação. A Tabata tem 25 anos, veio da periferia, estudou nos Estados Unidos e foi a sexta deputada mais votada em São Paulo com mais de duzentos e sessenta mil votos. Ainda é colunista do Jornal Nexo. Aqui tem um link pro primeiro discurso dela na câmara, ainda tímido, mas que achei o máximo.
Vamos promover o bem. Vai dar certo, eu acredito. Somos bons e somos muitos! Um abraço e uma boa semana para você e para todos que você ama!
Ah… antes que eu me esqueça, um favor! Você gosta de receber esse e-mail semanal? O que escrevo te ajuda de alguma maneira? Me conta! E conte também para seus amigos, para o companheiro ou companheira, e convide quem você quiser para também assinar. O link é esse aqui.
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